Publicado em 22 de setembro de 2023

Por Carla Carvalho

Desde a última quarta-feira (20), o dólar havia retomado a trajetória de alta, depois das decisões do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) e do banco central americano (Fed). Nesta sexta-feira (22), a moeda, que abriu a R$ 4,93, já recuava ainda de manhã, chegando a R$ 4,91 pouco antes do meio-dia, em um movimento de assimilação do mercado frente à nova Selic e à manutenção dos juros nos EUA.

Um dia depois da “super quarta”, o dólar chegou a ser cotado a R$ 4,93, na máxima da semana. Por aqui, o Copom ratificou a trajetória decrescente dos juros, dessa vez de forma unânime entre os membros do colegiado. A Selic, agora em 12,75% ao ano, deverá continuar caindo nas próximas reuniões, segundo o Banco Central.

“Em se confirmando o cenário esperado, os membros do comitê, unanimemente, anteveem redução de mesma magnitude nas próximas reuniões”, disse o Copom em comunicado logo após o fim da reunião de quarta. Mas há quem acredite que, com os indicadores macroeconômicos sob controle, é possível que a queda da Selic acelere, já sob a influência da troca da diretoria do BC que ocorrerá no fim de 2024.

Já nos Estados Unidos, o consenso era de que o Fed mantivesse os juros entre 5,25% e 5,50% ao ano. No entanto, a expectativa é de que a faixa final aumente para 5,75% até o final do ano, conforme deixou claro o comunicado da quarta-feira.

“O fato de que mantivemos os juros não significa que alcançamos a estância de política monetária que estamos buscando”, disse Jerome Powell, presidente do banco central americano. Segundo ele, a inflação permanece bem acima da meta, e há um longo caminho para levá-la ao patamar de 2%.

“Os indicadores mais recentes sugerem que a atividade econômica vem se expandindo de maneira sólida. As remunerações do mercado de trabalho arrefeceram nos últimos meses, mas permanecem fortes, e a taxa de desemprego permaneceu baixa. A inflação continua elevada”, diz o texto do comunicado do Fomc, o Copom americano. Mesmo que venha a estabilizar depois da nova alta prevista já para a próxima reunião, os juros deverão ficar elevados no país por quase todo o ano que vem, segundo projeções do Fed.

Para esta sexta-feira, o mercado ainda aguarda o Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas Primárias do 4° bimestre de 2023. Já na Europa e nos Estados Unidos, a divulgação do PMI (índices de atividade econômica) estará no radar dos investidores.