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Dólar rompe os R$ 5,00 na maior alta dos últimos seis meses

Publicado dia 29 de setembro de 2023
Por Carla Carvalho



Na semana de 22 a 29 de setembro, o dólar registrou as maiores cotações desde maio deste ano, com o mercado todo de olho na sinalização de novas altas de juros nos Estados Unidos.


Na quarta-feira (27), a moeda chegou a bater R$ 5,08, para fechar a R$ 5,04, a máxima da semana. Até o meio-dia desta sexta-feira (29), a cotação recuava a R$ 5,00, frente à divulgação de indicadores mais favoráveis da Europa e EUA.


Na Zona do Euro, a inflação veio abaixo do esperado, e o PCE americano (índice de preços de gastos com consumo) subiu 0,4% em agosto, menos do que os 0,5% previstos por analistas. Isso fez com que o mercado considerasse a possibilidade de o Federal Reserve manter os juros estáveis até o final do ano, apesar do posicionamento da instituição na reunião da semana passada. 


Para alguns especialistas, mesmo que o recuo do dólar indique menor estresse com os juros americanos, é possível que o novo piso possa ser R$ 5,00, já que a moeda vem fazendo resistência nesse patamar. É o que pensa Rafael Ramos, sócio e diretor de derivativos e câmbio da VEX Capital. Em entrevista ao Estadão, o gestor declarou que as mínimas recentes entre R$ 4,80 e R$ 4,90 que tínhamos há pouco tempo dificilmente retornarão por enquanto.


“Não por fatores domésticos, mas porque o cenário inflacionário nos Estados Unidos ainda persiste. Com o diferencial de juros entre Brasil e EUA em queda, é natural que haja um novo intervalo de oscilação do dólar, provavelmente entre R$ 5,00 e R$ 5,05”, disse Ramos.


Juros mais altos em economias desenvolvidas atraem o capital internacional, especialmente nos EUA, que possuem os títulos mais líquidos e seguros do mundo. “Vemos o dólar indo para um movimento de alta pelo temor de que o mercado possa não conseguir conter a inflação. É natural que o investidor gringo mude o fluxo, saindo de países emergentes, ao recalcular risco e retorno”, declarou Sidney Lima, analista da Ouro Preto Investimentos, ao portal O Globo.

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