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Câmbio e mercado internacional: confira alguns destaques e perspectivas

*Por Equipe Terra Câmbio - Publicado 27/07/2023


Nas últimas duas semanas, o dólar recuou frente o real, cotado a R$ 4,76 nesta quinta-feira (27). O Euro também apresentou queda no período para R$ 5,21. Nos últimos dias, o mercado internacional esteve com as atenções principalmente voltadas às deliberações do Fomc (Comitê de Política Monetária do Federal Reserve) e do Banco Central Europeu, que novamente elevaram os juros. Por sua vez, a China decidiu manter sem alterações as taxas no país.


Estados Unidos


Nesta quarta-feira (26), o Fomc (Comitê de Política Monetária do Federal Reserve) voltou a subir os juros, dessa vez em 25 pontos-base. O aumento eleva os juros do país para a faixa de 5,25% a 5,5%, o maior patamar dos últimos 22 anos.

O resultado não surpreendeu o mercado, mas havia a expectativa de que o Fed fosse mais claro em relação à direção dos juros nas próximas reuniões, o que não aconteceu. Em comunicado, o comitê adotou um tom neutro, justificando que está preparado para ajustar o ritmo da política monetária a fim de atingir a meta de inflação de longo prazo, que é de 2%.


“Indicadores recentes sugerem que a atividade econômica tem se expandido a um ritmo moderado. A geração de empregos tem sido robusta nos últimos meses, e a taxa de desemprego se mantém baixa. A inflação continua elevada”, disse o Fomc em seu comunicado.

A melhora de indicadores macroeconômicos atenuou o fantasma da recessão, bem mais presente no país há alguns meses. Hoje, a maior preocupação do mercado parece ser com a calibragem que o Fed dará à política restritiva. Se forçar a mão, os riscos de uma contração na economia voltam a ser representativos.


Europa


Um dia depois do Fomc, foi a vez do Banco Central Europeu (BCE) subir os juros no continente pela nona vez consecutiva, em 0,25 ponto percentual, atingindo 4,25%. Segundo o comunicado divulgado nesta quinta-feira (27), o objetivo é trazer a inflação de médio prazo para a meta de 2%. Ao final de 2022, a inflação da Zona do Euro superou 10%, tendo recuado para 5,5% em junho último.

O BCE enfatizou que “a inflação continua caindo, mas ainda se espera que permaneça em patamares elevados durante bastante tempo”.

A autoridade monetária europeia também se mostrou neutra quanto ao possível rumo dos juros nos próximos meses, mantendo a porta aberta para novas altas. Segundo o BCE, tudo dependerá da evolução dos indicadores até a próxima reunião, que ocorrerá em 17 de setembro.


“O Conselho do BCE continuará a seguir uma abordagem dependente dos dados na determinação do nível e da duração adequados da restritividade. Mais especificamente, as suas decisões sobre as taxas de juro continuarão a se basear na sua avaliação das perspectivas de inflação, à luz dos dados económicos e financeiros que forem sendo disponibilizados, da dinâmica da inflação subjacente e da força da transmissão da política monetária”, declarou o BCE em comunicado.


Brasil


Via de regra, juros altos em economias fortes penalizam os emergentes em relação ao fluxo de capital estrangeiro. Porém, essa não é uma preocupação de especialistas em relação ao Brasil, ao menos por enquanto.


De forma geral, o mercado avalia que o país está fazendo a lição de casa. O início da aprovação do arcabouço fiscal e da reforma tributária trouxe o otimismo internacional e deu mais segurança aos investidores. 

Quanto aos rumos da Selic, as opiniões se dividem entre uma possível queda de 0,25 ou 0,5 ponto percentual na reunião da próxima semana. Seja qual for o resultado, analistas avaliam que isso não é o mais importante, e sim a sinalização do início do corte dos juros, pois a partir disso podem ser feitos ajustes (para mais ou para menos) nas próximas reuniões.

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